terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO:

Nadar... atravessar um rio, o mar ou um lago. O corpo desliza através da água e o som das borbulhas de ar que são exaladas de meus pulmões se assemelha a um mantram. A única coisa que vejo são os azulejos azuis de uma piscina, que poderiam ser repetitivos se minha imaginação, idéias e recordações não viessem à tona. Meus braços executam sempre o mesmo movimento, não se cansam... Sinto meu corpo forte, sei que sou capaz de completar a distância proposta, e este sentimento me faz continuar. Os pensamentos no decorrer de um treinamento começam a fluir, e o mais impressionante é que pareço dar valor somente aos pensamentos de grande importância quando estou em um treinamento de grande valor, é estranho e ao mesmo tempo incrível sentir que depois de um determinado tempo de nado pareço estar em “sintonia com a água”. Mas... Mas o que realmente seria estar em “sintonia com a água”? Há um momento em que o som das borbulhas parece se alterar, não é exatamente uma alteração, a verdade é que somente depois de muito tempo de nado é que começamos a perceber quais são as nuancias e os detalhes deste som, e é igualmente depois de muito tempo de nado que começamos a receber forças que não sabemos de onde vêm! Estou nadando a mais de duas horas, e sinto dores nos braços, no pé e na nuca, mas quero continuar e completar a distância proposta. Nadar é não somente um ato físico mas igualmente um feito psicológico, pois no que se refere a nadadores de longas distâncias o fator psicológico é muito ativo. Não basta dizer que somente é necessário Ter muita vontade e perseverança para se nadar metragens acima de 7 Quilômetros, o pensamento do nadador muitas vezes se sobrepõem ao seu próprio corpo, pois é fácil parar de nadar pelo motivo de se estar sentindo dor no pé ou mesmo na nuca, mas o fato é que muitas vezes a dor não é o motivo exato de se parar de nadar quando se quer cumprir uma longa distância. Qual seria então este motivo? Sabemos aqui que para se cumprir longas distâncias o nadador depende muitíssimo de sua parte psicológica, há um fato muito forte neste ponto: o nadador, quando cumprindo distâncias deste mérito está psicologicamente alterado, e com isso seus sentimentos são alterados ou aflorados, então uma dor no pé pode não ser somente uma dor no pé, mas há todo um contexto a nível de sentimentos dentro destes fatos, pois psicologicamente ocorrem nos pensamentos e sentimentos de um nadador coisas que não ocorreriam em seu estado normal.
Nadar é a arte de se deslocar em um ambiente aquático utilizando as forças do próprio corpo, nadar é Ter a sutileza de empurrar a água sem agredir esta. Nadar é saber viver em uma situação não natural ao ser humano da sociedade capitalista que vive na cidade: a água.
O ser humano quando antes de nascer está inserido em um ambiente totalmente líquido, que é o liquido aminiótico, mas após nascermos somos inseridos em um ambiente “desprovido” de água, que são naturalmente a terra e o ar, somos mamíferos e dependemos essencialmente do ar para viver, pois dele extraímos o oxigênio. Dependemos igualmente da água, esta que constitui 80% de nosso corpo.
Há uma teoria que diz que numa antigüidade remota o ser humano tenha vivido em um ambiente aquático como o mar, teoria bastante interessante esta que está no livro “O macaco nu”.
É engraçado pensar que não precisaríamos aprender a nadar se pudéssemos andar na água como fez Jesus a 2000 anos atrás

Nenhum comentário:

Postar um comentário